Complicações decorrentes do aborto podem comprometer a fertilidade da mulher
Há mais de duas décadas, o aborto se mantém como uma das principais causas de mortalidade materna no Brasil. As complicações decorrentes do abortamento estão entre as cinco principais causas de internação das mulheres nos serviços públicos. Em 2004, 243.988 mulheres foram admitidas pelo SUS para se submeterem a curetagem pós-aborto (Fonte: http://portal.saude.gov.br/saude/ ). No Brasil, a legislação vigente (o Código Penal de 1940) classifica o abortamento provocado como crime contra a vida e contra a pessoa, só autorizando o mesmo nos casos de gravidez resultante de estupro ou que ofereça grave risco para a vida da mãe. Milhares de interrupções gestacionais são praticadas de maneira clandestina, por profissionais despreparados e em locais com precárias condições de higiene e esterilização, causando consequências que podem comprometer a fertilidade da mulher para o resto da vida.
Segundo o ginecologista Joaquim Roberto Lopes, especialista em Reprodução Humana e diretor do Cenafert, as infecções causadas por abortos realizados em condições inapropriadas podem acarretar varias consequências que vão comprometer a capacidade da mulher engravidar novamente. Dentre as implicações, o medico cita a obstrução das trompas e a formação de aderências em torno das mesmas, impedindo a coleta do óvulo. Outra complicação e a Síndrome de Asherman (as sinequias intra-uterinas). A síndrome pode dificultar a gravidez de varias maneiras diferentes, tanto impedindo a passagem dos espermatozóides, como dificultando a implantação do embrião nos casos em que ocorre a fertilização ou ate mesmo impossibilitando, por falta de espaço, o desenvolvimento do embrião já implantado.