Distúrbio de origem funcional e endócrina (hormonal), a Síndrome de Stein-Leventhal, mais conhecida como Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP), é bastante frequente e acomete entre 5 e 10% das mulheres em idade reprodutiva. O distúrbio é responsável por alterações hormonais que causam a formação de cistos no ovários, podendo provocar irregularidades menstruais, anovulação (falta de ovulação) e, consequentemente, a infertilidade. Cerca de 40% das mulheres com ovários policísticos apresentam infertilidade. A SOP também aumenta o risco da mulher sofrer abortamento.
Apesar de não ser uma doença grave, a Síndrome, se não for acompanhada pelo médico, pode causar a longo prazo sérias implicações na saúde da mulher, inclusive diabetes tipo 2.
Em 1935, dois médicos de Chicago, Irving Stein e Michael Leventhal, descreveram essa Síndrome com as suas clássicas características: obesidade, amenorreia (ausência de menstruação), infertilidade e hirsutismo (excesso de pelos). O distúrbio é resultado de diversas alterações no funcionamento do eixo “hipotálamo-hipófise-ovários” e pode ter também como fatores outros desequilíbrios em áreas diversas do sistema endócrino.
Nos casos em que a Síndrome compromete a fertilidade da mulher, o tratamento pode ser feito através do uso de medicamentos indutores da ovulação. Em cerca 80 a 90% dos ciclos acontece a ovulação e regularização dos períodos menstruais após o tratamento, mas os índices de gravidez nesses casos ainda são baixos, em torno de 40 a 50%.
Infertilidade, alterações do ciclo menstrual, produção excessiva dos hormônios masculinos (testosterona), excesso de pelos, aumento da oleosidade da pele, acne, obesidade, diabetes mellitus (Tipo II) são algumas das implicações que podem surgir decorrentes da Síndrome. Por estar associada à obesidade, existe também um risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
A Síndrome dos Ovários Policísticos também está associada ao maior risco para o desenvolvimento do câncer de endométrio.
O diagnóstico da SOP é feito através da avaliação clínica do ginecologista, exames laboratoriais e ultrassom transvaginal.
O estilo de vida é fundamental para controle do distúrbio e suas implicações. Ter uma alimentação saudável, praticar exercício físico regularmente e manter-se no peso são hábitos.