A técnica utiliza doses hormonais mais baixas, reduz os custos do tratamento em até 40% e diminui a possibilidade de reações em pacientes mais sensíveis.
Desenvolvida pelo médico japonês Osmau Kato, a Mini Fertilização In Vitro (Mini FIV) é uma das novidades da área de Reprodução Humana, que traz novas esperanças para casais inférteis que não têm como arcar com os altos custos dos tratamentos tradicionais. Cerca de 15 % da população brasileira em idade fértil é afetada pela infertilidade conjugal, caracterizada pela ausência de gravidez em um casal com vida sexual ativa e que não usa medidas anticonceptivas por um período de dois ou mais anos. Estima-se que um em cada sete casais apresenta problemas de fertilidade. Em pelo menos um terço desses casos de infertilidade, os tratamentos de reprodução assistida são a única alternativa para realizar o sonho de ter filhos.
O desejo de ter filhos é inerente ao ser humano independente de classe sócio-econômica. Da mesma forma a infertilidade também acomete pessoas de todas as classes. Apesar disso, no Brasil, apenas poucas unidades públicas oferecem tratamentos de reprodução assistida. Com a nova técnica de Mini FIV o tratamento para engravidar pode custar até 40% menos que os valores normais e com resultados seguros e tão eficientes quanto os tratamentos tradicionais.
O procedimento da Mini FIV usa menos medicações e em menor dosagem, causando um menor estimulo ovariano e reduzindo os custos do tratamento, diminuindo também a exposição das pacientes aos medicamentos com resultados tão satisfatórios como a antiga FIV. Na técnica tradicional, a quantidade de medicações é maior para estimular os ovários a produzir um grande número de óvulos e aumentar a chance de fecundação. No entanto, os especialistas perceberam ao longo de mais de três décadas de utilização da FIV que o estimulo ovariano moderado produz uma resposta mais suave nos ovários com menor risco de complicações para mulher e óvulos com melhor qualidade. Essa qualidade superior se expressa, especialmente, pela menor chance de serem fertilizados óvulos com alterações cromossômicas.
A Mini FIV ainda traz também benefícios aos casais que, por questões de fórum íntimo ou crenças religiosas, resistem a idéia de ter embriões excedentes que precisam ser congelados. Como o estímulo ovariano é menor, habitualmente, não sobram embriões excedentes. Os que são produzidos são implantados no útero visando a concepção.
A técnica é um avanço na área de Reprodução Humana. Sua indicação, no entanto, depende de uma séria de fatores como idade da paciente e questões de saúde associadas à infertilidade. Em alguns casos, a FIV tradicional ainda é a alternativa a ser usada.
Com a descoberta da Mini FIV, os tratamentos para infertilidade tendem a se tornar cada vez mais populares.