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BUSCA POR CONGELAMENTO DE ÓVULOS DOBRA DURANTE A PANDEMIA

Busca por congelamento de óvulos dobra durante a pandemia

Com o prolongamento da pandemia, que já dura mais de um ano, muitas mulheres que planejam ter filhos despertaram para a importância da preservação da fertilidade. Em Salvador, o Centro de Medicina Reprodutiva (Cenafert) registrou um aumento percentual considerável da busca pelo procedimento. Dez por cento das captações de óvulos realizadas em 2020 tinham como objetivo o congelamento de óvulos para planejamento de uma maternidade futura, enquanto em 2019 esse percentual foi de apenas 5%. As demais captações foram realizadas para tratamentos de Fertilização in Vitro (FIV). 

Segundo o médico Joaquim Lopes, especialista em Reprodução Humana e diretor do Cenafert, já havia uma tendência de aumento pela procura do congelamento de óvulos e com a pandemia essa busca foi acentuada. “As mulheres, cada vez mais, buscam a maternidade numa fase tardia de suas vidas reprodutivas e o contexto da pandemia impactou o comportamento dessas mulheres, pois muitas perceberam que esperar a pandemia ser controlada poderia significar, ao mesmo tempo, comprometer definitivamente o sonho de ser mãe”. Neste contexto, uma das alternativas para manter a capacidade reprodutiva é a criopreservação de óvulos através do método de vitrificação, considerado eficaz e seguro.

“Muitos casais que sofrem de infertilidade e mulheres no limite da sua reserva ovariana que adiaram os tratamentos para ter filhos foram duramente impactados e estão com danos emocionais pela possibilidade de não mais conseguirem ter filhos”, explica Joaquim Lopes.

De acordo com o médico, “uma mulher com menos de 30 anos e vida sexual ativa, que deseja ser mãe, pode esperar até dois anos para que aconteça a gravidez se ela já foi avaliada por um especialista e não apresenta nenhum problema que possa afetar sua fertilidade. Caso a mulher tenha mais de 30 anos não deve aguardar mais que um ano para iniciar uma investigação com o especialista. Se atingiu 35 anos, o prazo de espera não deve ultrapassar seis meses. Após os 40 anos se a mulher deseja engravidar deve, de imediato, iniciar a investigação da sua capacidade fértil”.

Preservação da fertilidade

A mulher que precisa adiar a sua maternidade tem a possibilidade de congelar seus óvulos para engravidar no momento adequado. A principal recomendação, no entanto, é que os óvulos sejam congelados até os 35 anos de idade, uma vez que a partir dessa idade há um declínio da sua quantidade e qualidade. O método também é indicado para mulheres que vão iniciar algum tratamento oncológico e desejam  ter filhos no futuro. Os tratamentos de radioterapia e quimioterapia, em alguns casos, podem comprometer a fertilidade de forma temporária ou irreversível. No caso de diagnóstico de câncer, a recomendação é que a mulher converse com seu oncologista para avaliar se o congelamento deve ser feito.

Uma das alternativas para manter a capacidade reprodutiva feminina é a criopreservação de óvulos através do método de vitrificação. A técnica permite o ultrarresfriamento dos óvulos em baixíssima temperatura (-196ºC) e de forma muito rápida, preservando a sua qualidade no ato do descongelamento ou desvitrificação para fertilização em seguida. Considerado um método mais avançado de criopreservação, a vitrificação proporciona taxas de gestação altas, uma vez que o procedimento conserva as características, a idade e a qualidade dos gametas femininos. Durante o processo de congelamento, os óvulos são desidratados e tratados com substâncias crioprotetoras antes de serem congelados. 

Outra opção a ser considerada é o congelamento de embriões para futura implantação no útero, Nesse caso, é feito o procedimento de Fertilização in Vitro. Os óvulos coletados são fertilizados com o espermatozoide e os embriões obtidos são congelados para serem implantados no momento que a paciente decidir pela gravidez.

A indicação de cada técnica para preservação da fertilidade é individualizada e depende de vários aspectos, que devem ser alinhados adequadamente entre a paciente e o especialista em Reprodução Humana.

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