O que é indução da ovulação e qual seu papel na reprodução assistida?
A indução da ovulação é um procedimento no qual são administrados medicamentos na mulher para estimular a ovulação naquelas que têm ciclos irregulares ou ausentes.
O objetivo da indução da ovulação é aumentar as chances de uma mulher conceber um filho, seja por meio de relações sexuais ou por meio de técnicas de reprodução assistida, como a inseminação intrauterina.
Contudo, a indução não é garantia de gestação.
O que pode causar dificuldades ou ausência de ovulação?
Várias são as causas que podem estar relacionadas às disfunções ovarianas. Dentre elas, pode-se citar:
· Síndrome dos ovários policísticos;
· Baixa produção dos hormônios luteinizante (LH) e folículo-estimulante (FSH) pela glândula hipófise;
· Ovários que não respondem ao LH e ao FSH;
· Doenças da tireoide;
· Alto nível do hormônio prolactina (hiperprolactinemia);
· Obesidade;
· Transtornos alimentares ou perda extrema de peso;
· Excesso de exercícios.
Medicamentos usados para indução da ovulação
As medicações utilizadas têm o objetivo de regular os hormônios para aumentar as chances de ovulação. Alguns dos medicamentos mais usados, de uso oral ou injetável, são:
· Citrato de clomifeno;
· Inibidores da aromatase;
· Agentes sensibilizadores de insulina;
· Gonadotrofinas ( FSH recombinante).
O tipo de medicação e a posologia estão relacionados às características e condições da mulher, como idade, níveis hormonais, reserva ovariana, entre outros fatores que são avaliados individualmente.
Para quem a indução da ovulação é indicada?
A indução da ovulação é um procedimento que pode trazer bons resultados quando o homem possui um sêmen de boa qualidade e a mulher possui as tubas uterinas normais.
Principais indicações:
· Mulheres com infertilidade sem causa aparente;
· Mulheres que não estão ovulando ou ovulam irregularmente;
· Mulheres com ciclos longos, irregulares ou pouco frequentes;
· Mulheres diagnosticadas com síndrome dos ovários policísticos.
O tratamento de indução da ovulação não é recomendado para:
· Mulheres acima de 35 anos;
· Mulheres com obstrução tubária ou lesão tubária grave;
· Mulheres com endometriose grave;
· Casais com baixa contagem de espermatozoides ou baixa motilidade/morfologia espermática.
Como funciona a indução da ovulação?
Os medicamentos são normalmente prescritos durante a primeira semana do ciclo menstrual e por um período de 10 a 12 dias. Em seguida, o médico monitora, por meio de exames de sangue e de imagem, a cada três dias, a resposta dos ovários à medicação. Quando os folículos (estruturas que abrigam os óvulos) atingem cerca de 18 mm (e são considerados maduros), a paciente recebe uma dose do hormônio gonadotrofina coriônica humana (hCG), utilizado para induzir a ovulação nas próximas 36 a 40 horas.
Nesta fase, é indicado que o casal intensifique as relações sexuais, no caso do coito programado, ou o preparo do sêmen, para aqueles que vão se submeter ao tratamento de inseminação intrauterina.
Nessas técnicas de baixa complexidade, a estimulação precisa muito controlada para evitar gestações múltiplas e outras complicações. O objetivo, tanto na inseminação intrauterina quanto no coito programado, é obter no máximo três folículos dominantes.
Indução da ovulação na reprodução assistida
A indução da ovulação é uma das principais etapas de um tratamento de reprodução assistida, seja ele de baixa ou alta complexidade. Ela faz parte de tratamentos como coito programado, inseminação intrauterina e fertilização in vitro, e também no congelamento de óvulos.
Riscos da indução da ovulação
Os medicamentos utilizados para induzir a ovulação devem ser prescritos e usados com acompanhamento médico, pois podem causar efeitos colaterais. Algumas mulheres podem experimentar uma resposta excessiva dos ovários aos medicamentos de fertilidade, levando à chamada síndrome da hiperestimulação ovariana (SHO). Os sintomas incluem desconforto intenso, náuseas, vômitos, distensão abdominal e desidratação.
Além disso, podem surgir:
· Dores abdominais e nos seios;
· Alterações de humor;
· Inchaço pélvico;
· Dor de cabeça;
· Náuseas e vômitos;
· Alterações visuais;
· Ganho de peso temporário.
A indução também pode aumentar o risco de gestação múltipla.
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