Consumo de drogas pode causar infertilidade
Cerca de 15% da população brasileira em idade fértil e afetada pela infertilidade conjugal, caracterizada pela ausência de gravidez em um casal com vida sexual ativa e que não usa medidas anticonceptivas por um período de dois ou mais anos. O uso de drogas, mesmo que esporádico, e um dos fatores que podem causar a infertilidade. Não apenas as drogas consideradas “pesadas”, como a cocaína, a heroína e o ecstasy, mas também a maconha, o tabaco, o álcool, os anabolizantes (muito utilizado por jovens que frequentam academias) e até mesmo o uso de medicamentos prescritos (anti-depressivos, anti-inflamatórios e remédios para pressão alta) podem afetar a capacidade de reprodução de mulheres e homens, quer seja alterando a produção de um hormônio chamado Prolactina ou mesmo dificultando a ovulação.
Os medicamentos podem não apenas diminuir a libido, como também causar problemas de erecção, afetar o ciclo menstrual, tornando-o irregular, e reduzir a quantidade de espermatozóides. Já o consumo regular de álcool pode gerar alterações hormonais, afretando a produção e a qualidade do esperma no homem. Nas mulheres, o álcool pode causar também anovulação e amenorreia. O cigarro também afeta a quantidade e a qualidade do esperma, reduzindo a capacidade reprodutiva do homem. Já no caso de fumantes do sexo feminino, é comprovado que elas costumam ter mais problemas de abortos espontâneos. “Os riscos do cigarro durante a gravidez são bem conhecidos da sociedade, mas pouca coisa e falada sobre os males que o fumo pode causar na fertilidade, impedindo a concepção”, afirma o ginecologista e especialista em Reprodução Humana, Joaquim Roberto Lopes, que no inicio de Julho participou do 23º Meeting Anual da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia, em Lyon, na França, onde foram discutidos os principais temas da área e as mais modernas técnicas de Reprodução Humana Assistida.