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Uma nova estratégia para mulheres com idade acima dos 38 anos que desejam engravidar

Quinze por cento dos casais enfrentam dificuldades em ter seus filhos de modo
espontâneo. Esse percentual aumenta acentuadamente quando consideramos mulheres
acima dos 38 anos. Isso se deve, principalmente, à progressiva redução de óvulos férteis
disponíveis nos ovários.

Na realidade, desde o nascimento acontece uma redução continuada desses gametas nos
ovários. A mulher ao nascer possui em torno de dois milhões de óvulos guardados em
minúsculos folículos nos seus dois ovários. Ao iniciarem-se as menstruações e,
consequentemente, a vida reprodutiva, restam apenas 400 mil óvulos armazenados
nesses folículos. Todos os meses um folículo amadurece e apenas um óvulo é liberado
pelos ovários, porém, dezenas de outros folículos (e no interior de cada um deles, um
óvulo) sofrem uma atrofia e deixam de existir.

Essa redução é contínua e a rapidez com que os folículos é consumida varia de uma
mulher a outra. Assim, muitas mulheres chegam aos 40 anos com boa capacidade fértil,
porém, outras sofreram um profundo esgotamento dessa reserva ovariana. Hoje, existem
exames que permitem avaliar a reserva de folículos que a mulher dispõe nos seus
ovários e prever, consequentemente, uma maior ou menor dificuldade para obter uma
gravidez espontânea.

Para aquelas mulheres que nessas faixas etárias mais elevadas possuem uma reserva
ovariana reduzida, existe uma alternativa que é recorrer a reprodução assistida.

É recomendado pelo Conselho Federal de Medicina que mulheres de 36 a 39 anos
possam receber até três embriões durante um ciclo de Fertilização in Vitro (FIV). Como
as dificuldades são maiores em mulheres com mais de quarenta anos, podem ser
colocados no útero até quatro embriões. Entretanto, nem sempre se consegue em mulher
nessas faixas etárias e com redução da reserva ovariana uma quantidade adequada de
embriões de boa qualidade para serem transferidos para o útero.

Qual a estratégia recomendada nesses casos para viabilizar uma gravidez com sucesso
nessas mulheres com esgotamento dos folículos devido a idade ou mesmo a outros
fatores (como cirurgias ovarianas prévias, endometriose, tratamentos oncológicos)

Utiliza-se uma estimulação ovariana com medicações eficazes, contudo, de menor custo
financeiro, colhem-se óvulos e fertilizam-se com os espermatozóides do parceiro. A
partir daí, ocorre o cultivo em incubadoras. Sendo produzidos embriões em quantidade
adequada, eles podem ser transferidos de imediato para o útero da paciente. Porém, se
resulta apenas um embrião, procede-se ao congelamento do mesmo através de uma
moderna técnica, denominada vitrificação, e armazena-se para uma transferência futura.
Isso porque a transferência de apenas um embrião em mulheres em torno de 40 anos ou
mais, resulta em baixíssimos índices de gravidez com sucesso.

A seguir procede-se uma ou mais coletas, através de estimulações ovarianas, até obter-
se um número adequado de embriões para serem transferidos. Procede-se então a
estratégia de formar um acervo de embriões Essa alternativa aumenta
sensivelmente as chances de sucesso e evita a frustrante situação de repetidas
transferências de apenas um embrião em mulheres com idade mais avançada ou mesmo
quando a reserva ovariana está reduzida.

O Cenafert vem empregando, com alto índice de sucesso, essa estratégia em mulheres
de faixa etária mais elevada que não conseguiram engravidar espontaneamente e que já
apresentam uma considerável redução da reserva ovariana.

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