ACOMPANHAMENTO PSICOLÓGICO DURANTE A GRAVIDEZ: É REALMENTE NECESSÁRIO?
A gravidez é um momento muito especial, mas também envolve grandes mudanças, tanto biológicas como emocionais. Se por um lado o casal vive a emoção de realizar um sonho e de se preparar para a chegada tão desejada do bebê, há também a apreensão para que dê tudo certo, o medo de ser uma boa mãe ou um bom pai.
Para auxiliar a enfrentar esses tipos de insegurança, que são extremamente comuns durante a gestação, é que é importante contar com um acompanhamento psicológico. Ter um profissional preparado para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo para que esse período seja mais tranquilo pode fazer toda a diferença.
Pensando nisso, separamos algumas razões pelas quais é importante ter o acompanhamento psicológico para o casal.
Preparação parental
“Será que vou ser uma boa mãe?”, “Estou preparado para ser pai?”, “O que fazer para que meu filho se sinta amado?”. Essas e muitas outras questões surgem na mente de todos os pais. Seria incomum se não surgissem, afinal a gravidez significa não só aumentar a família, mas assumir novos papeis.
Ninguém tem um manual de como ser uma boa mãe ou como ser um bom pai – seria incrível se algo assim existisse, não é? O psicólogo, entretanto, tem uma visão diferenciada que irá te ajudar a lidar com essas ansiedades. Ele apontará outras perspectivas que talvez você não conseguiria perceber, por causa do medo e da ansiedade.
Ser um bom pai e uma boa mãe significa procurar ajuda e estar aberto para aprender sempre. Preocupar-se com a sua saúde mental é muito importante, pois o casal precisa estar saudável emocionalmente para receber bem a criança.
Medo do parto e da saúde do bebê
Além da apreensão sobre serem bons pais, o casal também se depara muitas vezes com o medo do bebê não nascer saudável e, no caso das mães, de como será o parto. É preciso ficar atento até que ponto essas preocupações estão dentro do normal, para não deixar com que elas tomem grandes proporções e se tornem paralisantes.
Dúvidas sobre a saúde do bebê surgirão. O sentimento de alívio ao ouvir o médico dizer que a gravidez está ocorrendo sem nenhum problema, depois de um ultrassom, é maravilhoso. Entretanto, querer fazer um ultrassom todos os dias e não conseguir realizar as atividades do cotidiano por medo não é normal e não deve ser tratado como tal.
O mesmo vale para o medo do parto. Tire todas as suas dúvidas com o obstetra, mesmo que pareçam bobas, e converse com o psicólogo sobre isso. Fale com o seu parceiro também, o qual também pode contar com o psicólogo para aprender como oferecer apoio emocional nesse momento.
Sexualidade e manter a identidade como casal
O psicólogo também pode ajudar a mostrar para o casal a importância de que eles não deixem o papel de pais colocar de lado a sua relação afetiva como casal. Fazer sexo durante a gravidez não prejudica o bebê, mas isso muitas vezes se torna uma questão para alguns casais. O parceiro pode ajudar a mulher entendendo como as mudanças hormonais afetam a libido e de que maneira ele pode ajudá-la.
É necessário entender que nem durante a gravidez ou com o nascimento do bebê, deixa-se de ser marido e mulher para tornar-se mãe e pai, mas que essas papeis coexistem. O acompanhamento psicológico permite encontrar um equilíbrio nessas questões e também a eliminar o sentimento de culpa, que muitas vezes surge na mãe. Ela acha que não pode pensar em si mesma, por exemplo.
Depressão pós-parto
Cerca de 14 a 23% das mulheres demonstram sintomas de depressão durante a gravidez, de acordo com Congresso Americano de Obstetras e Ginecologistas (ACOG). Se esse quadro não for tratado durante a gestação, ele pode evoluir para o que conhecemos como depressão pós-parto.
A gravidez é muito romantizada pela mídia e com isso as mães se sentem culpadas quando se deparam com os sentimentos de medo e insegurança que citamos acima. Eles acabam sendo reprimidos por vergonha, preocupação de serem julgadas e até acusadas de não amarem seus bebês.
Entender que a gravidez não é um “mar de rosas” é imprescindível para não se culpar e assim evitar o risco de uma depressão pós-parto, por exemplo.